Lutador de jiu-jítsu, instalador e pai de jovem de 19 anos: saiba quem eram funcionários de empresa de internet assassinados na Bahia
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Jackson, Ricardo e Patrick foram mortos em Salvador
Reprodução/Redes Sociais
Três funcionários de uma empresa de internet foram encontrados mortos, com marcas de tiros e as mãos e pés amarrados, na noite de terça-feira (16), no bairro Alto do Cabrito, em Salvador.
Uma das linhas de investigação é de que os homens tenham sido "punidos" porque a empresa para qual trabalhavam não teria pago uma espécie de "pedágio" cobrado por traficantes para atuar no bairro.
No entanto, a empresa Planet Internet nega a informação e a Polícia Civil não descarta outras motivações. Até a última atualização desta reportagem, ninguém foi preso.
📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia
Eles foram identificados como Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, 28. Os três usavam fardamentos da empresa e se preparavam para fazer um serviço no bairro quando foram mortos.
Segundo familiares, Patrick Vinícius tinha começado apenas o segundo dia de trabalho quando foi assassinado.
Ele era pai de um menino de 7 anos e morava no bairro de Castelo Branco. O profissional lutava jiu-jítsu e estava desempregado há seis meses, antes de conseguir o emprego na empresa de internet.
O corpo dele foi sepultado na manhã de quinta-feira (18), no Cemitério Vale da Saudade, em Candeias, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
"Patrick foi mais um jovem negro que, infelizmente, teve a vida ceifada pela violência. Era um cara muito batalhador, 100% correria, trabalhador, coração. As vezes até faltava um pouco de malícia e isso que nos deixa revoltado", disse o primo de Patrick, Vinícius Simões.
Investigação de propina do tráfico, o que faziam as vítimas, protestos e mais: o que se sabe sobre o crime
Funcionário de empresa de internet morto com colegas em Salvador estava no segundo dia de trabalho
Reprodução/Redes Sociais
Já Ricardo Antônio morava na Rótula do Abacaxi e deixou uma filha de 14 anos. Ele trabalhava há três anos na empresa Planet Internet, como motorista e instalador.
"Ricardo era uma pessoa boa, do bem, como todo mundo sabe. A vida de Ricardo era trabalhar. Era o tempo inteiro pintando casa, consertando telhado. A vida dele era trabalhar e o pessoal falava que ele não descansava", disse a esposa, dele Sônia Regina. Os dois estavam casados há 27 anos.
"Uma pessoa boa, um bom marido, pai, vizinho... Nada que faça vai trazer ele de volta, mas é muito sofrimento. Não sei nem o que estou sentido, minha cabeça não assimilou nada", lamentou.
Ricardo Antônio morava na Rótula do Abacaxi e deixou uma filha de 14 anos
Reprodução/Redes Sociais
Jackson Santos também era casado, morava no Lobato e tinha um filho de 19 anos. Os corpos dele e de Ricardo foram enterrados na quarta-feira (17), no Cemitério Bosque da Paz. A cerimônia reuniu familiares, amigos e colegas de trabalho.
Jackson Santos era casado, morava no Lobato e tem um filho de 19 anos
Reprodução/Redes Sociais
Posicionamento da SSP-BA
Na quarta-feira (17), o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, disse que é prioridade solucionar o caso.
O carro usado por eles foi encontrado na manhã de quinta, abandonado, no bairro Granjas Rurais. As investigações ocorrem sob sigilo.
Apesar da suspeita de que os homens tenham sido "punidos" pelo fato da empresa para qual trabalhavam não ter pago uma espécie de "pedágio" cobrado por traficantes para atuar no bairro, em nota, a Planet Internet informou que não recebeu qualquer pedido de resgate ou de pagamento para acesso de suas equipes à localidade em questão. A empresa ressaltou que tem colaborado com as autoridades.
"A gente não descarta. Especialmente pelo que as pessoas vêm comentando nas redes sociais. Mas não que a gente tenha encontrado alguma evidência nesse sentido. Toda a informação que chega a gente tem por obrigação de esgotar, buscar a procedência, e confirmar ou não", afirmou a delegada Ligia Nunes de Sá, diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura o caso.
Jackson e Ricardo foram sepultados nesta quarta-feira
Reprodução/TV Bahia
Durante entrevista, a delegada reforçou que não há registros policiais contra as vítimas — versão destacada por familiares, que estão inconformados. Ela pediu apoio da população com informações que possam ajudar a resolver o caso.
"Aproveitando a oportunidade, eu gostaria de conclamar a população para que, havendo alguma informação a respeito desse crime, que ligue para o Disque Denúncia [181] e ajude a gente a solucionar esse crime", disse.
LEIA TAMBÉM:
Quatro PMs são investigados por homicídios com modus operandi de grupo de extermínio na Bahia
Crânio é encontrado no interior da Bahia e polícia investiga ligação com furto em cemitério
Operação contra grupo suspeito de fraudes no INSS cumpre mandados em Ipecaetá e Salvador
Sepultado terceiro funcionário de empresa de internet morto em Salvador
Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.
Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻